quinta-feira, 10 de abril de 2008

Margô


Margô, minha mulher, Margareth Rubim de Pinho Accioli Doria, morreu ontem. Tinha 55 anos; quando nos casamos tinha 21 anos e eu quase trinta — fui chamado de infanticida, o termo de então para pedófilo. Margô descrevia nosso casamento como uma sequência de filmes. Começava com Nove e meia semanas de amor, e seguia com uma comédia água-com-açúcar bem anos 50 de Cary Grant e Doris Day, numa casa cheia de jardins, gatos e cachorros.

Terminou como uma Love Story cruel. Não foi leucemia, foi outro câncer. Quase quatro anos entre as primeiras manifestações da doença, e a morte.

Tivemos três filhos. Vivemos boa parte da nossa vida de casados na casa tipo Doris Day & Cary Grant em Petrópolis. Agora, tive cortada a metade direita de meu corpo. Vou seguir adiante — me arrastando.

(Na foto, de 1974, novembro. Pedro tinha nascido duas semanas antes, estávamos em casa de papai, e tínhamos brigado, alguma coisa que não me lembro. Ela estava furiosa comigo.)

17 comentários:

tipuri disse...

Prezado Dória-pai (sim, porque é assim que te leio, como pai do Pedro): Quero te mandar um forte abraço neste momento tão difícil. Um abraço sincero de sentimento.

Unknown disse...

monsieur dorià, quel amour de romance avec margot ! vous n'allez pas l'oublier ... soyez patient, le temps adouci les blessures et la saudade...je voudrais trouver les mots pour vous consoler...
sincères condoléances à vous et votre famille

Marcelo disse...

Sr. Doria,
Aceite as condolências de um leitor de seu filho.

Ricardo C. disse...

Palavras sobram nessas horas, boa parte delas errando a dose ou mesmo o jeito. A intenção serve um pouco, muito pouco, mas é o que tenho, ao expressar as minhas sinceras condolências.

Ricardo

Unknown disse...

Meu caro Francisco,

Deixo aqui para você os meus sinceros sentimentos de amizade e pesar nesse seu momento de dor e de saudade sem fim.

Um cordial abraço,
Manoel César

Francisco Antonio Doria disse...

Obrigado a todos vocês pela amizade. Estou voltando da cremação, rápida e discreta.

E', de fato, algo que nunca imaginer ter que suportar.

Pax disse...

Prezado Francisco,

Sinto pela sua dor e a dos teus filhos. Que o tempo lhe ajude a encontrar conforto nas boas lembranças da sua querida mulher.

Meus sentimentos sinceros,

Pax - do blog do teu filho

Francisco Antonio Doria disse...

Pax, obrigado pela mensagem amiga. Leio você no blog do Pedro, sim.

Vinhal disse...

Meus sinceros pêsames, Francisco.

Força e paz.

Unknown disse...

Sr. Francisco,

Leitora mais ou menos novata do Pedro, deixo aqui os meus sentimentos. Se pudesse, tornaria este momento de dor mais leve para o senhor e família. Com carinho,
Linda

Francisco Antonio Doria disse...

Grato, novamente, a todos vocês. Apesar de sermos todos agnósticos, atravesso, no momento, o que São João da Cruz chamava la noche oscura de l'alma.

Carol disse...

Doria, tive a alegria de partilhar bons dias na companhia de sua família. As lembranças queridas ficarão para sempre tatuadas em nossos corações.
No que eu puder ajudar daqui de Brasília, você pode contar comigo sempre. Se Mari é minha "prima emprestada", a prima que eu não tive na família mas tenho na alma, você é meu "tiozão" querido.
Muito carinho e força.
Bjs.
Carol

Francisco Antonio Doria disse...

Obrigado, Carol. Indo a Brasília - vou falar um dia desses na UnB - te aviso.

Carol disse...

Doria, vai ser um prazer te encontrar aqui neste cerrado desolador. Falta vida inteligente por estes lados. =)
Bjs.
Carol

sisquici disse...

Ad Dulcit per Astra

Camillo Cresta disse...

Francisco, mi è arrivata la notizia
casualmente, dopo diverso tempo che non ti leggevo. Pochi istanti prima avevo visto la tua foto, assieme alla deliziosa nipotina. Sono passato da un sentimento di gioia ad uno di profonda tristezza. Non ho parole, per esprimere le mie sentite condoglianze, a te ed ai tuoi famigliari.
Un caro saluto. Camillo

Francisco Antonio Doria disse...

Grazie, Camillo. Sono ancora molto triste...