sábado, 5 de janeiro de 2008

Os Ribeiros de Souza

São antigos no Rio. Documentam-se desde princípios do século XVII.

I. Máximo Ribeiro de Souza. N.c. 1620. Casou com Maria de Barros. Pais de:

2. Manuel Ribeiro de Souza. Deve ter nascido c. 1650. Casou em 9 de maio de 1678 no Rio, na Sé. Sua mulher foi D. Antonia de Meneses, bat. na Candelária em 28 de maio de 1653; o falecimento, ocorrido em 18 de abril de 1713, está registrado na Sé — D. Antonia casou-se duas vezes, tendo sido Manuel o primeiro marido. Era filha de João de Faria Evangelho e de D. Isabel de Meneses, ele sendo da família de Aleixo Manuel, e ela dos Monizes Barretos de Meneses, da ilha da Madeira, donde lhe vinha o Dona. Pais de:

3. Agostinho Ribeiro de Souza. Primeiro do nome; casou com Bernarda de Peralta, cujos pais desconhecemos. Pais de:

4. Agostinho Ribeiro de Souza. Segundo do nome, nasceu em 1724. Casou-se com Clara Maria da Motta, n. 1730, filha de Bartolomeu Gomes de Andrade, dado como sargento, bat. em 1700, e de Tomásia dos Banhos da Motta, bat. 1707, da família de Antonio de Mariz, como já mostrei. Pais de:

5. Clemente José Ribeiro de Souza. N. em 1750. Desse sabemos mais. Casou duas vezes, como consta do assento de seu segundo casamento: era viúvo de Teresa Antonia de Jesus, nascera no Rio, Candelária, filho de Agostinho de Souza e Clara Maria “de Mattos” no assento. Casou-se no Rio (Sacramento 2º/95v) em 18 de agosto de 1805 com Laureana Florinda Nayth n. freguesia de São Mateus, ilha do Fayal, filha natural de Tomásia Francisca. Foram testemunhas do casório: Dr.Teodoro Ribeiro de Paiva e Tomaz Pedro Cotrim de Almeida.

Eram pobres, estes Ribeiros de Souza. Pobres mas educados. Clemente José teria sido organista da igreja de S. Francisco de Paula, no Largo de S. Francisco. Dele Rodrigo Estrella descobriu um documento em que pede uma pensão a D. João VI:

(1817) Diz Clemente José Ribeiro que requerendo a Vossa Majestade Fidelíssima não tanto pelos serviços prestados por seu avô materno Bartolomeu Gomes de Andrade obrados em mais de 62 anos e de seu pai Agostinho de Souza em mais de 34 julgados por sentença do Conselho da Real Fazenda, como dos que também prestou o suplicante no Esquadrão de Cavalaria, no Regimento de Infantaria Miliciana, ter recolhido nos reais cofres 14:754$840 e de estar no exercício atual do Depósito Geral de Contrabandos e Descaminhos aos Reais Direitos, mas sim por graça especialíssima, e por se achar já na avançada idade de 67 anos, acabrunhado de moléstias, com obrigação de mulher e filhas, suplicou a Vossa Majestade pela sua Real Benignidade sem limite haver por bem comiserar-se das ditas suas filhas conferindo para a subsistência delas a supervivência de um ofício, ou qualquer outro benefício que a Vossa Majestade parecesse adequado.

Foi Vossa Majestade servido pela sua costumada clemência e por despacho de 14 de janeiro do presente ano de 1817 haver por bem fazer mercê ao suplicante de uma tença efetiva de 40$R como consta do documento junto e por que a suplica que fez a Vossa Majestade foi logo para três filhas Honoria, Bernarda e Hermenegilda torna o suplicante a pedir a Vossa Majestade por piedade e pela Feliz e Real Aclamação haja por bem de conferir a mesma graça dos serviços de seu avô e pai para as ditas suas três filhas e ainda a respeito do que o suplicante também prestou como tudo se acha legalmente especificado no requerimento, documento e sentença que ajuntou pela secretaria de estado.

Foram os pais de Bernarda Florinda Nayth ou Naite (seria Knight? Night?), n. no Rio em 1805 (Sacramento) e fal. em 12 de outubro de 1844, no largo de S. Francisco de Paula. Sepultada na ordem 3a. do Carmo. Casou em 1 de setembro de 1826 com o comendador Antonio Gomes de Mattos, sr., capitão em 1826 e comendador em 1848.

Esse Antonio Gomes de Mattos, sr., era um homem de posses. Eis os documentos que sobre ele levantou Rodrigo Estrella:

— Requerimentos de ordens honoríficas, que foram aceitos: Ordem de Cristo, 2.08.1824 e Oficial da Ordem da Rosa, 7.09.1847:

— (1830) Diz Antonio Gomes de Mattos, Capitão da 1ª Companhia do 4° Regimento de Cavalaria de 2ª Linha do Exército que a elle, como Capitão mais antigo, coube a honra de comandar em pessoa a força do dito Reg. que fez parte do festejo do dia 17 de outubro do ano próximo passado, como mostra o atestado junto, nesta Província" (Guarda de Honra da Segunda Imperatriz no dia de seu desembarque).

— (1847) No Acantonamento de Vila Nova e Acampamento Brandão onde fez serviço com a Tropa de 1ª Linha que ali se reuniu por ordem de SMI o Senhor Pedro I Augusto Pai de Vossa Majestade Imperial por ocasião de insubordinação de tropa lusitana e oposição da mesma a Independência do Império.

Noutro documento há referência a ele ser proprietário e morador do engenho de açúcar Taquaral em Maricá; junto carta laudatória do alcaide de Maricá.

2 comentários:

Ocimar Ferreira disse...

Olá, Francisco.

Meu pai, Paulo RIBEIRO de Andrade, filho de Mercedes Ribeiro, nasceu na Ilha do Governador-RJ. Tem alguma ligação com os "Ribeiros de Souza"?

Abçs.

Ocimar Ferreira

Francisco Antonio Doria disse...

Não tenho a menor idéia, Ocimar. Veja que o último Ribeiro de Souza que conheço viveu até começos do século XIX, e seu pai deve ter nascido século e meio depois. São umas cinco gerações. Tem que documentar esse intervalo para dar a resposta.